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Eu e os outros

Atualizado: 28 de out. de 2023


uma cabeça retalhada com arame e parafusos e texto em frente dos olhos
Eu e os outros

"O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós." (Jean-Paul Sartre)


Neste artigo iremos ver a importância da frase de Sartre e as teorias de Lacan em relação ao Outro em nossas vidas e as consequências no desenvolvimento de nosso Eu.


Em Psicanálise o Outro é teorizado como o desejo das pessoas que compõem a nossa relação social ao qual nos rodeiam desde o nascimento. Somos formados psicologicamente com as vontades, desejos, culturas e padrões daqueles que nos cercam no decorrer de nosso desenvolvimento. Vou explicar.


Desde que nascemos não somos um ser isolado, muito pelo contrário, necessitamos do Outro para iniciar e conservar a nossa própria sobrevivência. Quando bebês dependemos do desejo e da vontade daqueles que cuidam de nós para nos alimentar, higienizar, esquentar, etc. Sem o Outro (no caso o desejo deste) ficaríamos, por exemplo, deitados em um berço até morrer.


E quando vamos crescendo, vamos aprendendo a sermos independentes, mas quanto mais aprendemos a sermos independentes, mais vamos interiorizando (aprendendo cognitivamente) conceitos, regras, preceitos daqueles que nos cuidam, ou seja, aprendemos a cultura de nossos cuidadores, vamos aprendendo as percepções morais daqueles que nos cuidam, vamos internalizando conceitos morais e culturais de nossos cuidadores e da sociedade ao qual estamos inseridos. Ou seja, acabamos por escolher comportamentos e princípios em acordo com as escolhas dos Outros ao qual estão à nossa volta. Até mesmo a nossa escolha religiosa, acaba até determinado momento, sendo a escolha e o desejo do Outro e não do nosso Eu.


Quando decidimos mudar de religião, já percebeu o como é difícil? Pois temos de ir contra o desejo do Outro (pai, mãe, parentes, sociedade), ou seja, escolheram desde que éramos pequenos qual religião devemos "acreditar" e, se decidimos por algo diferente, enfrentamos uma guerra psicológica para defender a nossa escolha.


Dito isto, agora podemos entender o significado da frase apresentada no início deste artigo


"O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós." (Jean-Paul Sartre)


Com a vivência de nossa família e sociedade não interiorizamos apenas o que é bom, até mesmo dizer que algo é "bom" é relativo, pois o que pode ser bom para o "Outro", não necessariamente será bom para o "Eu". E em nossas vivências, ainda temos coisas que compreendemos mal ou nem chegamos a compreender, com isto, podem surgir com a convivência, com as atitudes e comportamentos do Outro, o que denominamos de "trauma", daí surge o entendimento da frase de Sartre.


Vamos iniciar pela compreensão pela vivência mais arcaica do ser, os seus cuidadores, aqui como exemplo, será utilizado um lar com pai e mãe como os cuidadores.


É muito natural encontrarmos pessoas que conviveram, quando crianças, em lares desajustados, muitas vezes com a presença constante de agressões físicas, ou outra situação normalmente encontrada são pessoas que, quando crianças em fase escolar, se deparam com bullying na escola ou com professoras mal preparadas para cuidar do desenvolvimento de crianças, isto tudo pode causar traumas.


E aí, o que faremos com o que fizeram conosco?


E mais, como entender que teremos de ressignificar (dar outro significado) àquilo que fizeram em nosso psicológico?


Neste sentido que a Psicanálise é de extrema importância, pois não estamos falando de nossa consciência de vida, não estamos falando do objetivo, mas do inconsciente, do subjetivo, ou seja, das atitudes e escolhas que realizamos sem entender porque escolhemos, ou porque agimos e reagimos de um determinado jeito.


Somos construídos psicologicamente pelo convívio do outro, nascemos com 0% de entendimento ou conhecimento e aprendemos tudo com o Outro, inclusive a cultura, as escolhas, os hábitos, os costumes, mas, haverá coisas que sempre irão nos frustrar, decepcionar, e sabemos lidar com isto?


Sabemos por exemplo a ter uma escolha que vai contra a sociedade e a família ao qual fomos criados e sustentar esta escolha, de forma que não nos prejudique emocionalmente?


Ou sabemos justamente a ter as mesmas escolhas que interiorizaram em nós (Eu) com consciência? Ou será sempre apenas inconscientemente?


Pois quando ajo ou reajo de forma inconsciente, normalmente, isto trás sofrimento e angústia. Pois repetimos inconscientemente algo que não entendemos o porque fazemos de uma determinada forma.


A Psicanálise é um método onde visa investigar e analisar estes comportamentos inconscientes, para buscar os tornar conscientes, para que possamos trabalhar, buscando o que é "bom" para o "Eu".


Não importam os problemas que você enfrentou em sua infância, adolescência e fase adulta, mas o que importa é que você pode mudar esta história. Mude o que o Outro fez com o seu Eu. Isto é você quem pode decidir.


Se você gostou deste artigo e deseja saber mais sobre a Psicanálise, visite aqui na página e escolha o curso "SER PLENA" onde você poderá ter condições de conhecer sobre estas teorias e com isto, se conhecer e conhecer aos outros de forma melhor. Ou, se desejar, aqui também na página, na aba "Agendar" você pode conhecer a Psicanálise realizando uma sessão, a clínica Psi Rosemary Gomes terá o maior prazer em lhe atender.



Psi

Serva Rosemary Gomes

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